Edição limitada




    Minha contribuição para tornar o mundo um lugar ainda pior
    Francisco Razzo
    222 p.
    “Em certo sentido, a banalização do mal apaga as sutilezas entre o certo e o errado, o público e o privado, o indivíduo e o coletivo, a virtude e o vício, o amor e ódio. Nas redes sociais, nossas relações se transformam em disputas do tipo amigo-inimigo, sem mediações. A banalidade se alimenta de um excessivo mecanismo de reprodução. Banal é o que se tornou supérfluo, ordinário e medíocre. Confesso a minha incapacidade de lidar com o problema. Sou refém da lógica das redes e reconheço os meus próprios vícios. Estou ciente da minha contribuição para tornar o mundo um lugar ainda pior. Entretanto, minha estratégia pessoal tem sido a seguinte: luto interiormente para não apontar o dedo ao nosso bode-expiatório de cada dia. As mãos são ligeiras em declarar o apoteótico: “a culpa é dele” – claro, a culpa será sempre a dos outros, e nós precisamos de vítimas substitutas. Esse tipo trivial de rivalidade é contagiante – e, como as moscas, se multiplica”.

    Francisco Razzo é professor de Filosofia. Fez graduação na Faculdade de São Bento-SP e o mestrado na PUC-SP. Se interessa pelos dilemas morais da humanidade, por filosofia política, história da arte, futebol e culinária. Escreveu os livros A Imaginação Totalitária: os perigos da política como esperança e Contra o Aborto, ambos pela Editora Record. Nasceu em Itapira em 1978 e gosta de jogar videogame com os filhos.