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Por mais digital que o mundo se torne, o livro ainda é o principal suporte para a cultura porque, como dizia Borges, “é uma extensão da memória e da imaginação”. E não sobreviveríamos sem memória e imaginação. Sem livro, o cientista não poderia comunicar suas descobertas, o legislador não poderia fazer conhecer as leis, e, o mais importante, os professores não poderiam educar seus alunos.

Ainda que seja possível haver muitas coisas erradas num livro, é com outro livro que vem a crítica e, assim, podemos lembrar desses erros e não voltar a eles no futuro. O livro é, enfim, a memória da humanidade.

Portanto, a Noétika nasce com duas missões – ou dupla personalidade, diriam alguns: exaltar um intenso compromisso com a noésis, que se constitui, em suma, por tudo o que se refere ao ato de pensar; e um hiperbólico espírito civilizacional: porque nossa razão é expressa pela linguagem, e através dela é que podemos nos reconhecer uns aos outros como seres humanos, protestar contra as injustiças, reivindicar direitos, propor soluções e descrever o mundo na sua beleza e também no seu horror.

Para terminar com uma frase de efeito, dizia o Padre Vieira que “o livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive”. Como fato fenomenológico, o livro é, enfim, nada mais que uma necessidade humana.